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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ela/Eu/Você


Acho que ela surpreende-se ao ver o que sai de suas próprias mãos. Então ela descobriu a verdade! Descobriu que nunca pôde apaixonar-se pelas pessoas! A montanha só nos aviva o interesse quando é íngreme demais. Porque o desafio nos chama como o outono chama as folhas ao chão. E no fim das contas nenhuma montanha tinha sido tão alta e fria antes.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

me recuso a ser comum

"...ser ele. Usar todos os seus artifícios macabros com todos que se aproximassem. Usar suas frases exatas, imitar seus gestos, seus olhares, sua maneira de andar. Para tê-lo como habitante do meu corpo definhado, de minha alma dilacerada." pg 193 Fugalaça

Quando ouvi falar desse trabalho de Mayra Dias Gomes não me impressionei com sua temática e até considerei clichê, mesmo assim iniciei a leitura incentivada, principalmente, pela crítica de Fernanda Young... de qualquer forma acabei há pouco de ler e gostei. Há de se admitir que Mayra expõe suas experiências e vida regada a álcool e drogas com lógica e convicção dos seus prós e contras e isso que me manteve presa a leitura: o relato mais nú e crú das sensações e consequências das drogas.
O trecho que citei acima me chamou a atenção pela triste verdade assumida por poucos diante da obsessividade que a maioria adquire em casos de rejeição amorosa; esses artifícios para mascarar a inconformidade. Ridículos. As pessoas próximas provavelmente percebem o novo clone. Deixar-se absorver pelo "eu" do outro para sentir-se melhor sabendo como é sê-lo.

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