quinta-feira, 8 de março de 2012
Se saber um terço (não a fração '1/3', mas o objeto usado nas orações) de uma história é saber um pouco, saber um rosário é saber três vezes mais. Sério?
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Depois de semanas de falta percebi que precisava voltar. Todos esses dias foram como uma bebedeira. Aquela ingestão de álcool prazeroso do ócio, mas também amargo das preocupações por desfrutar do ócio e gostar. Depois de tantas doses duradouras de dias vem aquela ânsia de vômito comum àos exageros. Vômito alívio, vômito leveza. E eis que estou aqui vomitando meus gostos e opiniões mais uma vez depois de ingerir experiências alcóolicas.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
La Mansion en Petit Cubes
O curta com título em português de A Casa de Pequenos Cubos é realmente magnífico. Com roteiro e direção de Kunio Katô, a animação mostra(sem diálogos) um senhor que mora numa casa que ele mesmo vai construindo andar por andar para sobreviver ao aumento constante do nível do mar. Organizando um dos cômodos o senhor acaba deixando cair seu cachimbo, que passa pela entrada que dá ao cômodo de baixo. Resolvendo mergulhar para busca-lo ele acaba explorando os andares há tanto tempo desabitados e acaba tendo um reencontro com suas memórias da vida naqueles cômodos. A representação das vivências e lembranças em andares e cômodos da casa, que acabou tornando-se uma torre, fica clara, bem como o retrocesso a cada 'cômodo' do consciente que qualquer ser humano faz... o nível da água pode ser a representação do tempo...são diversas coisas que se passam pela imaginação ao conferir essas boas animações. Por mais insignificante que se possa parecer, as lembranças de outrem sempre nos desperta a atenção e interesse, pois viagens a um passado que não é nosso serve para dar aquela garantia de que certas coisas são comuns a todos.
E apropósito, o Oscar que La Mansion en Petit Cubes arrabatou em 2009 foi merecido.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Beck: folk, blues, hip hop, slacker generation ...
Passando os olhos pela minha biblioteca do lastfm, eis que surge esse nome e rosto; pensei por uns minutos: de onde estou ouvindo esse cara? ... link por link fui parar na minha trilha sonora de Eternal Sunshine of a Spotless Mind e na música Everybody's Gotta Learn Sometimes. Depois de refletir sobre minha paixão pelo filme e em especial por essa música fui ao download de outros trabalhos de Beck. Até agora estou ouvindo Sea Change, seu cd de 2002, que está bem aos moldes da música marcante do Eternal Sunshine... aquela coisa tranquila, com letras marcantes, reflexivas, voz relaxada.., e em Odelay, de 1999, que apresenta fortes influências do soul, blues do Mississipi, ou seja, nem parece que foram gravados pelo mesmo intérprete.
Beck Hansen me surpreendeu por sua multifacetada criação, que sugou traços, do além obvio folk, também do hip hop de rua. Indo àos outro cds, claro!
quinta-feira, 28 de abril de 2011
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Paisagem Caleidoscópica
No momento estou mergulhada em Moça, Interrompida. Mergulhando de cabeça, fora do meu horário habitual de leitura, que costuma ser de 00:00 em diante. Comecei a escrever este post depois de uma breve leitura às 4:30. Detalhes a parte, o diário de bordo do Hospital Mclean de Susanna Kaysen está me encantando e esclarecendo muitas coisas. É preferível que eu cite uns trechos da obra e comente o que a mim for possível em seguida...:
Na verdade eu só queria matar uma parte de mim: a parte que queria se matar, que me arrastava para o dilema do suicídio e transformava cada janela, cada utensílio de cozinha e cada estação de metrô no ensaio de uma tragédia. página 37
A questão da tentativa e não do ato finalizado é compreensível. A autora relata pouco adiante que alguma coisa havia morrido dentro dela, e é mais ou menos isso que se busca no suicídio...não a morte em si, mas uma expurgação.
Eu estava tendo um problema com padronagens. Tapetes orientais, pisos de cerâmica, cortinas estampadas, coisas desse tipo. Pior de tudo eram os supermercados, com seus corredores lembrando tabuleiros de xadrez compridos e hipnóticos. Quando olhava para essas coisas, eu via outras coisas dentro delas. Pode parecer que eu sofria de alucinações, mas não era o caso. Eu sabia que estava olhando para um piso ou para uma cortina. Mas suas padronagens pareciam conter representações em potencial que, em estonteante sequência, ganhava uma vida breve e fugidia. página 40
Kaysen questiona se todos tem essa percepção da realidade e apenas os chamados 'loucos' exprimem suas visões 'distorcidas' sem medo. Como ela diz depois: '...embora as visões fugazes do que poderia ser me deixassem exausta. A realidade estava se tornando demasiado densa'.
Exagero subindo à cabeça, mas ao ler esse trecho me veio na mente a possibilidade de Platão ter sofrido do mesmo mal quando pensou sobre ' A Caverna'; rsrs. Pessoas questionadoras e questionáveis possuem tal raciocínio diante da realidade massiça que as cercam. Diversas coisas palpáveis não deixam de ser duvidosas.
Não que qualquer uma de nós fizesse algo de diferente do habitual. Continuávamos a agir como já agíamos no pavilhão. Resmungos, rosnados, choros. Daisy cutucava as pessoas. Georgina alegava não ser tão maluca quanto as outras duas.
- Vamos parar com essa atuação - dizia uma das enfermeiras.
Atos meio que necessários para se ter certeza se estão fazendo parte da realidade ou se estão cercadas pela 'membrana'. No fundo parece uma transposição para um mundo fora dos olhos das pessoas...mundo esse de pensamentos vindos não se sabe de onde e porquê, já que não há nexo com os pensamentos já presentes no consciente naquele momento. Aliás, esse trecho acima me fez rir como nunca.
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Admiráveis Criações Novas
Os desenhos de Maurren Miranda são incontestavelmente inspiradores. Dando uma olhada no seu blog encontrei esse do menino fazendo bolhas de sabão que resultam nas folhas de uma árvore. Segundo sua criadora seria uma representação dos pensamentos de uma criança: fragmentados. Concordo com ela e acrescento que além de fragmentos, quando criança, criamos idéias surreais...à exemplo de uma amiga da infância que acreditava que as árvores produziam os ventos com o balanço de suas folhas. xD
"A equilibrista que pegou no sono e sonhou com rosas num céu azul..." ... tal frase percorre todo o desenho. A imagem fala por si. Não apenas sonhos, mas perspectivas, beleza...
As mulheres retradas por Maurren, na sua maioria, surgem de cabelos cacheados. Nas palavras da própria desenhista: "auto-retratos".
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